
O maior banco dos Estados Unidos, o JPMorgan Chase, protocolou um pedido de registro de marca junto ao Escritório de Marcas e Patentes dos EUA (USPTO) relacionado a serviços envolvendo ativos digitais. O pedido, feito no dia 15 de junho, menciona a sigla “JPMD” e indica serviços de negociação, câmbio, transferência e pagamentos com ativos digitais, além de outras atividades ligadas à tecnologia blockchain e criptomoedas.
A iniciativa gerou rumores sobre uma possível entrada do banco no mercado de stablecoins — criptomoedas que mantêm seu valor atrelado ao dólar americano. Embora a instituição ainda não tenha confirmado oficialmente a criação de um novo ativo digital, usuários da plataforma X (antigo Twitter) já especulam que o “JPMD” seja o nome de uma stablecoin que estaria prestes a ser lançada.
“Stablecoin do JPMorgan a caminho”, escreveu um usuário, sugerindo ainda que “$JPMD” poderia ser o ticker do ativo. Outro post afirmava: “O maior banco do mundo adotando uma stablecoin é o sinal de que você deve continuar extremamente otimista”.
Apesar das publicações nas redes sociais, não foram apresentados documentos ou provas concretas que confirmem os planos da empresa. O JPMorgan Chase também não respondeu imediatamente às solicitações de comentários feitas pela imprensa.
As especulações surgem em um momento em que o setor de stablecoins volta a ganhar atenção, impulsionado por declarações favoráveis do ex-presidente Donald Trump em apoio à indústria cripto. Várias empresas têm estudado formas de incorporar stablecoins em seus sistemas de pagamentos, especialmente para facilitar transações internacionais e proteger valores contra a inflação de moedas fiduciárias.
Em março, a gestora de ativos Fidelity anunciou que estava testando ativamente uma stablecoin, embora não tivesse planos de lançá-la naquele momento. Já em maio, o Wall Street Journal noticiou que o JPMorgan Chase participava de discussões com outros grandes bancos comerciais — como Bank of America, Citigroup e Wells Fargo — sobre a possibilidade de criar uma stablecoin conjunta.
O interesse por stablecoins também tem se espalhado para além do setor financeiro. Em maio, a Fortune revelou que a Meta, de Mark Zuckerberg, estava em negociações com empresas de criptoativos para integrar stablecoins ao seu sistema de pagamentos. Mais recentemente, a mesma publicação informou que outras gigantes da tecnologia — como Apple, X, AirBnB e Google — também estão estudando maneiras de adotar esse tipo de ativo digital.
Independentemente de “JPMD” se tratar ou não de uma stablecoin, esta não seria a primeira investida do JPMorgan no universo dos ativos digitais. Em 2019, o banco lançou o JPM Coin, uma criptomoeda voltada para operações institucionais. Em 2023, a empresa divulgou que o JPM Coin já movimentava cerca de US$ 1 bilhão em transações diárias.
Historicamente, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, sempre foi um crítico ferrenho do setor cripto. Em 2021, ele declarou que o Bitcoin era “inútil” e, dois anos depois, afirmou ao Congresso dos EUA que o único uso real das criptomoedas seria para “criminosos, traficantes de drogas, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos”.
No entanto, o discurso de Dimon parece estar mudando à medida que o ambiente regulatório nos Estados Unidos se torna mais receptivo aos ativos digitais. No mês passado, ele anunciou que o JPMorgan permitiria que seus clientes comprassem Bitcoin, embora o banco não vá oferecer custódia desses ativos.
Com o registro da marca “JPMD” e o histórico recente de movimentações do banco no setor, cresce a expectativa do mercado sobre o que pode ser o próximo grande passo do JPMorgan no mundo das criptomoedas.